Saúde

Desafios Invisíveis: Os transtornos alimentares e a busca pela saúde mental

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, mais de 70 milhões de pessoas no mundo vivenciam algum tipo de transtorno alimentar, abrangendo condições como anorexia, bulimia e compulsão alimentar. No Brasil, a realidade não é diferente, com pelo menos 4,7% da população impactada, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para o endocrinologista da Unimed Sul Capixaba, João Antônio Fernandes, os transtornos alimentares, tanto na compulsão e na anorexia, impactam bastante no sistema endócrino por alterações hormonais como produção de insulina, hormônios sexuais e a produção do cortisol, levando a várias consequências na saúde dos pacientes como hipertensão arterial, diabetes, alteração nos ciclos menstruais, disfunções erétil, síndrome metabólica e outros.

 Infelizmente, as redes sociais e a mídia em geral contribuem para uma leitura de imagem totalmente distorcida do corpo ideal que levam à procura por um corpo idealizado. “Isso acaba afetando o quadro psicológico dos pacientes, podendo levar à depressão, compulsão alimentar e anorexia”, constata o médico.

De acordo com João Antônio o uso das canetas para emagrecer, como Ozempic, Saxenda e outros, têm um efeito terapêutico de perda de peso, porém, quando o seu uso é suspenso ocorre o retorno ao peso inicial. “Acredito que o controle do seu uso teria que ser feito com prescrição médica. Seu uso indevido ainda pode desencadear um precoce aparecimento de câncer em alguns pacientes”, alerta o endocrinologista da Unimed Sul Capixaba.

 A pressão social, os padrões de beleza irreais e a busca constante pela aceitação podem contribuir para o surgimento desses transtornos que muitas vezes se manifestam como uma resposta a desafios emocionais e psicológicos.

O tratamento especializado, que geralmente inclui terapia cognitivo-comportamental, apoio nutricional e, em alguns casos, medicamentos, é fundamental para ajudar aqueles que enfrentam essas condições a recuperarem sua saúde física e mental. Reconhecer os desafios invisíveis dos transtornos alimentares é o primeiro passo em direção a um caminho de cura e bem-estar para aqueles que enfrentam essas condições complexas.

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