Saúde

Os cuidados com a reposição hormonal no tratamento de baixo libido

“Pode parecer a resposta mais simples, mas não a melhor.”, alerta a médica Débora Caldeira sobre reposição hormonal no tratamento de baixo libido

A nutróloga ressalta a importância de buscar ajuda especializada e faz alerta dos riscos do uso indiscriminado de testosterona

A diminuição do desejo sexual tem sido uma das maiores queixas dos pacientes da Drª Débora Caldeira nos últimos meses. A nutróloga levanta um relevante alerta sobre a importância de conhecer as causas da falta da libido e principalmente sobre a Síndrome do Desejo Sexual Hipoativo (DSH) para que busque ajuda adequada, uma vez que o transtorno é multifatorial.

“Cada vez mais recebo pacientes que vem em busca de reposição hormonal por queixa de libido baixa com a certeza de alguma deficiência de hormônios, como a testosterona. Não há mal algum em buscar ajuda e investigação, que pode ser feita com uma boa história clínica e alguns exames complementares.

O grande risco é acreditar que a resposta para um sintoma multifatorial é uniforme e que sempre se resolverá com hormônios. É preciso estudar com cuidado cada caso individualmente e por isso a necessidade de buscar ajuda de profissionais especializados.”, explica a especialista.

Segundo a Nutrologa a disfunção sexual, caracterizada pela falta ou diminuição do interesse sexual, com dificuldade física do corpo de se preparar para a relação, com falta de excitação subjetiva ou de resposta genital física à estimulação sexual atinge tanto homens quanto mulheres de formas específicas. Mas, que além da testosterona, é preciso atentar aos problemas endócrinos como diminuição do estrogênio, diabetes, questões psíquicas e comportamentais, doenças psiquiátricas, como depressão, relação com o/a parceiro (a), estresse, sono, e uso de diversas outras medicações, inclusive de antidepressivos.

“Se a causa não é hormonal, o benefício será mínimo, com as consequências indesejadas do uso não indicado. Em mulheres, a indicação de testosterona de exceção, como na pós menopausa. E temos visto o uso algumas mulheres com níveis altíssimos que podem engrossar a voz, aumentar pelos e acnes, e provavelmente aumentar risco cardíaco e de trombose a longo prazo. Já em homens, o uso sem indicação inibe o eixo, reduz fertilidade e tem riscos semelhantes. Devemos ter muito cuidado para não cairmos na cilada de que a baixo libido sempre se resolverá com reposição hormonal sem levar em conta questões de estilo de vida e estresse. Pode parecer a resposta mais simples, mas não a melhor.”, ressalta Débora.

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