Médicos já notaram o aumento no número de casos nos consultórios, mas sem aumento de gravidade. Vacina bivalente é a melhor alternativa
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou na tarde desta quarta-feira (27) a presença da variante EG.5, conhecida como Éris, no Espírito Santo. Diante dessa notícia, algumas pessoas podem se perguntar: a Covid voltou a crescer? A resposta é sim. Mas não há motivos para pânico.
Nos consultórios médicos já é possível perceber um aumento no número de casos de covid, mas sem gravidade, como explica a médica Martina Zanotti, infectologista do Vitória Apart hospital:
“Nós tivemos uma baixa no número de casos. Agora começou a subir de novo, mas esse aumento não veio acompanhado de uma maior gravidade. As pessoas chegam no consultório com um quadro gripal de tosse, febre, dor de garganta. Fazem o exame, e descobrem a covid”, afirma.
Em julho, já havia registros de aumento de casos nos Estados Unidos e na Europa, provocados por essa nova variante. Em agosto, os primeiros casos começaram a aparecer no Brasil. Mas por que a Éris tem se espalhado com certa facilidade? A resposta está na vacina.
“Essa cepa é derivada das Ômicron e ela só está presente na vacina bivalente, que é a vacina mais nova. Muita gente ainda não se vacinou com a bivalente, apenas completou o esquema primário. Essa cepa não está presente nas vacinas antigas. Apesar de não ter um aumento na gravidade, a gente sempre vai precisar de maior atenção com pacientes idosos, paciente que já tem alguma deficiência de imunidade. E a gente tem visto mais casos de covid em crianças também, porque tem muita criança que não está se vacinando adequadamente. Vale a pena se vacinar e precisa ser a bivalente. É só procurar um posto de saúde”, alerta a infectologista
Adultos e crianças precisam respeitar um intervalo de quatro meses da última dose, antes de receberem a vacina bivalente. A exemplo do que acontece com a gripe, a Covid-19 deve continuar circulando, por isso a melhor forma de se proteger é manter as vacinas em dia.
“Isso tem a ver com a mutação do vírus. Enquanto as pessoas não estiverem se vacinando, o vírus vai ficar mutando e gerar novas variantes. Isso deve acontecer mais vezes de agora para frente. É provável que a gente tenha um aumento de casos em alguns períodos do ano, em outros uma baixa. Nossa proteção é vacina”, conclui.