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Ciclo de Formação debate questões de raça, gênero e sexualidade na Arte

A atividade é gratuita, online e conta com recursos do Funcultura, via Secult. As inscrições começam na próxima segunda (24/04).

Phoebe Coiote Degobi

Acontece durante os meses de maio, junho e julho o Transformações Pedagógicas, um Ciclo de Formação online, gratuito e que faz parte do Projeto Arte | Ética | Crítica | Escritura (AECE), com recursos do Funcultura, via Secretaria de Estado da Cultura (Secult). As inscrições para o primeiro de três módulos começam na próxima segunda-feira (24/04).

Cada um dos módulos que formam o Ciclo de Formação Transformações Pedagógicas terá três encontros online, totalizando nove semanas de discussões e reflexões, abordando questões de raça, gênero e sexualidade nos campos da curadoria, da crítica, da história, da pesquisa, da arte-educação e das produções artístico-culturais brasileira contemporânea.

Lindomberto Ferreira Alves

O primeiro módulo, sobre “Crítica de arte e curadoria trans”, será oferecido por Ian Habib e acontece nos dias 03, 10 e 17 de maio, sempre das 19h às 20h30. O segundo módulo será com viníciux da silva e terá como tema: “Curadoria fugitiva: uma contradição, uma possibilidade”, acontecendo nos dias 23 e 30 de maio, além do dia 06 de junho, também das 19h às 20h30. E o último módulo será sobre “A educação museal nas fronteiras das artes visuais”, com Brune Ribeiro, nos dias 21 e 28 de junho e, ainda, no dia 05 de julho, com os encontros acontecendo no mesmo horário: das 19h às 20h30.

As inscrições para o Módulo I começam nesta segunda, dia 24 de abril, e podem ser feitas diretamente via https://projetoaece.tumblr.com/. São oferecidas 30 vagas para cada módulo, e a garantia da vaga é por ordem de inscrição. Lembrando que a atividade é gratuita.

AECE

O projeto ainda prevê, entre suas ações, o lançamento do livro “Arte | Ética | Crítica | Escritura: Que nenhuma voz da realidade humana seja empurrada para baixo do silêncio da história – Tomo I”. A obra está em fase de finalização e deve ser lançada ainda no primeiro semestre de 2023.

“A partir do AECE nós buscamos inserir na experiência do debate público e na constituição de diálogos coletivos transversais algumas das principais linhas de força das discussões suscitadas no Brasil, nos campos da arte e da cultura, nas primeiras duas décadas do século XXI aponta o artista-educador, pesquisador e curador Lindomberto Ferreira Alves.

Segundo Alves, que é um dos coordenadories do projeto, o AECE tem entre seus objetivos “oportunizar que essas questões venham por intermédio de vozes de corpas/os que, ao ter uma plataforma que ressoe a alteridade de suas formas dissensuais de experiência, expressão, recepção, ativação e conhecimento da arte e da cultura, possam afirmar a importância e o rigor com que a crítica do presente é operada por essas presenças nos trânsitos artístico-culturais brasileiros contemporâneos”.

O livro é composto por artigos escritos por 18 pessoas, em sua maioria sendo pessoas trans, negras e da comunidade LGBTQIA+. Para a artista, curadora e pesquisadora Phoebe Coiote Degobi, com quem Alves divide a coordenação, organização e realização de todas as atividades do AECE, os “corpos transvestigêneres, negres, indígenas, LGBTQIA+ são capazes de intelectualidade, mesmo quando os espaços acadêmicos e do circuito da arte contemporânea tornam difíceis nossas permanências ou mesmo nossa chegada nos mesmos”, aponta ela.

Degobi defende que seu lugar nesse projeto, enquanto travesti, também tem sido o de escutar. “Entender que é necessário que se abram caminhos para nossos corpos, de maneira que não apenas possamos infiltrar esses espaços, mas que possamos escolher ficar ou sair deles, que possamos ter o direito de escolher, e que a precariedade dos nossos trabalhos não nos force a saída”.

Dessa forma, os objetivos de Lindomberto Ferreira Alves e de Phoebe Coiote Degobi, com o AECE, dialogam com as desobediências estéticas e epistêmicas, com as justiças cognitivas/sociais e com a vida em sua pluralidade e imanência. “E, assim, a partir dos múltiplos agenciamentos reflexivos que queremos evocar, temos a possibilidade de desenvolver decomposições e reconstruções de sentidos para a arte, a cultura e o vivido, a fim de evocar agenciamentos de relações de regimes heterogêneos do sensível”, reforçam Alves e Debobi.

O AECE, que ainda terá uma formação para professores/as, conta com recursos do Funcultura, sendo aprovado no edital 017/2021, de Seleção de Projetos Culturais Setoriais de Artes Visuais, da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult). Mais informações: https://www.instagram.com/projetoaece/.

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