Pesquisa da PWC estima que a demanda por créditos de carbono no Brasil pode atingir de 1,4 a 2,3 bilhões até 2030. No entanto, o país ainda emite menos de 1% desse potencial global estimado. Projeto inovador de empresa capixaba estimula soluções para geração de créditos de carbono e para o combate aos impactos das mudanças climáticas
O mercado de créditos de carbono tem despontado em meio à comunidade ambiental como uma das soluções mais adequadas para combater os efeitos gerados em atividades setoriais. E, segundo pesquisa realizada em 2021 pela empresa de soluções sustentáveis PWC, até 2030, o país pode atingir de 1,4 a 2,3 bilhões de reais em créditos voluntários de carbono. No entanto, o mercado brasileiro ainda emite menos de 1% desse potencial estimado. Em contrapartida, a empresa capixaba referência em valorização de resíduos, Marca Ambiental, também está à frente do projeto de Contador de Carbono, que visa a contagem do CO2 que deixou de ser emitido na natureza.
Átila Pavan explica sobre o Contador de CO2, que está disponível no site da empresa e já registra 410 milhões de kg de CO2 não emitidos na natureza. “O programa é responsável por indicar a quantidade de quilogramas de CO2 equivalente que poderiam ser emitidos na atmosfera e que foram reduzidos graças ao trabalho da única Usina Termelétrica a Biogás (UTE) do ES, que é gerenciada pela Liberum Energia e está localizada na CVR Marca. Em operação desde meados de 2020, a usina tem capacidade de geração atual de 3MW, com previsão de ampliação em 2023 para 5MW, e é responsável por evitar a emissão de mais de 120 mil toneladas de CO2 equivalente por ano para a atmosfera. Essa iniciativa tem como principal propósito gerar energia renovável a partir do aproveitamento do biogás, que é originado da decomposição de resíduos sólidos depositados em aterros sanitários”, explica o especialista da Marca Ambiental, idealizadora do projeto inédito de créditos de carbono.
Créditos de carbono movimentam economia mundial
Além de despontarem no mercado como uma solução viável e que contribui, diretamente, para o desenvolvimento sustentável do planeta, os créditos de carbono também são destaque em estudos e análises acerca da economia mundial. A Ecossystem Marketplace, uma organização sem fins lucrativos, em estudo internacional divulgado em agosto do ano passado, afirma que o mercado voluntário de aquisição de créditos de CO2 quadruplicou no último ano, chegando a US$2 bilhões em todo o mundo. A McKinsey, uma consultoria estadunidense, estima que este mercado pode atingir US$50 bilhões até 2030. Ambos os estudos das instituições indicam que este é um mercado importante, além de essencial, para o combate dos efeitos dos gases de efeito estufa.
