Além de proporcionar saúde física e mental, os exercícios melhoram também o desempenho escolar.
São muitos os estudos científicos que mostram a importância da atividade física para o ser humano e, quanto mais cedo a prática começa, melhor. Isso porque os exercícios proporcionam benefícios tanto para a saúde física quanto mental de crianças e adolescentes, podendo ser aliados, inclusive, da aprendizagem escolar.
De acordo com o pediatra do Centro Educacional Leonardo da Vinci, Luiz Manoel Borges, manter o corpo em movimento pode influenciar na melhoria do rendimento já nos primeiros anos escolares, evitando problemas como dificuldade de foco e concentração. Além disso, os exercícios também ajudam a criar bons hábitos para a vida e a desenvolver habilidades socioemocionais, como cooperação, autoconfiança e espírito de equipe. “A atividade física melhora a saúde como um todo, diminuindo riscos de obesidade, hipertensão arterial, colesterol alto, doenças respiratórias, entre outros. Além disso, também contribui para o aumento da atividade cerebral, estimulando funções cognitivas como atenção, memória e raciocínio lógico”, explica Luiz.
Para o médico, com a popularização da internet e de dispositivos eletrônicos, muitas crianças e adolescentes estão deixando os exercícios de lado e se tornando sedentárias. “Hoje nós temos uma atividade física bem menor do que 20 anos atrás. Quando não estão na escola, muitos alunos passam grande parte do tempo diante de uma tela. Esse cenário e uma alimentação rica em carboidrato faz com que haja aumento de peso e diminuição do metabolismo. Como não há queima de gordura, inicia-se um quadro de obesidade infantil, que influencia o desenvolvimento psicomotor da criança ou do adolescente”, reforça.
Segundo Luís Claudio Battiston, coordenador de Educação Física do Centro Educacional Leonardo da Vinci, o primeiro passo para incentivar as crianças a praticarem atividades físicas é ensiná-las as habilidades básicas de movimento que formam a base para outras competências motoras mais avançadas, que incluem correr, saltar, lançar, pegar, chutar, rolar e equilibrar e desempenham um papel crucial no desenvolvimento global da criança.
“Essas habilidades não apenas facilitam a participação em atividades físicas, esportes e jogos, mas também contribuem para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança. É importante também que a escola ofereça esportes, jogos e brincadeiras diversificadas de forma prazerosa durante as aulas de Educação Física para que os alunos possam conhecer, experimentar e se identificar com uma modalidade ou atividade. Assim, essa prática pode ser levada para toda a vida. Uma boa tática também são os jogos adaptados, adequados a cada idade, para que as crianças e os adolescentes possam se divertir enquanto jogam”, sugere o professor.
Luís Claudio indica que toda criança ou adolescente pratique pelo menos um esporte como atividade extraescolar. Uma estratégia que a própria instituição de ensino pode organizar são as chamadas escolinhas de esportes, que incentivam os alunos a dedicarem mais tempo aos exercícios físicos. Isso sem falar no incentivo das famílias. “Percebemos que os pais têm um papel fundamental para que as crianças e os adolescentes pratiquem esportes. Pais ativos fisicamente geram filhos também mais ativos. O exemplo é fundamental. Por isso, as atividades em família são muito bem-vindas”, recomenda Luís Claudio.