Economia Saúde

Atendimento hospitalar lidera geração de empregos e impulsiona o setor de saúde capixaba

Segmento registrou 119 novas vagas em agosto, das 264 totais de saúde, e ajudou o setor a crescer 5% no acumulado de contratações em comparação com o mesmo mês de 2024

O setor de saúde do Espírito Santo tem se mostrado cada vez mais aquecido, estando entre os motores do mercado de trabalho capixaba. Em agosto, as atividades de atendimento hospitalar lideraram as contratações formais com 119 novas vagas, impulsionando o saldo positivo de 264 empregos na área de saúde, com 2.409 admissões e 2.145 desligamentos. Outros segmentos que mais contrataram e se destacaram foram as atividades ambulatoriais de médicos e dentistas (58 vagas), apoio à gestão de saúde (39) e serviços de complementação diagnóstica e terapêutica (36).

O desempenho reflete o bom momento da saúde, que cresceu 5% em relação a agosto de 2024 – ao sair de 58.300 para 61.243 contratações com carteira assinada –, quase o dobro da média do setor de serviços em geral, que avançaram 2,7% (de 414.676 para 425.964 vínculos). O levantamento é do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

“A saúde tem se mostrado um segmento dinâmico e resiliente, com forte capacidade de absorver profissionais qualificados e de sustentar uma trajetória positiva de geração de empregos”, avaliou André Spalenza, coordenador do Observatório do Comércio do Connect Fecomércio-ES.

De acordo com Spalenza, o resultado expressa não apenas a ampliação da demanda assistencial, mas também a reorganização institucional dos prestadores de serviços públicos e privados, em um cenário de recuperação econômica e expansão populacional. “Enquanto outros segmentos crescem de forma moderada, a saúde avança de maneira consistente, com impacto direto na renda e na empregabilidade”, afirmou.

A evolução do saldo de empregos formais no setor saúde entre agosto de 2024 e o mesmo mês deste ano revela oscilações típicas do mercado, com fases de expansão intensa e momentos de retração.

“Essa trajetória evidencia três aspectos principais: a sazonalidade, marcada com picos de contratações em setembro e julho, e retração em dezembro; a resiliência do setor, já que, mesmo após quedas, os saldos positivos são retomados rapidamente; e a tendência de expansão neste ano, uma vez que o desempenho do primeiro semestre e a manutenção de saldos positivos até agosto confirmam crescimento gradual do emprego em saúde”, detalhou o coordenador.

A Grande Vitória concentrou o maior número de contratações em agosto, reafirmando-se como polo central de serviços de saúde do Estado. Vitória liderou com saldo de 71 vagas, seguida de Serra (68) e Vila Velha (38). “A concentração na região metropolitana evidencia o papel estratégico da Grande Vitória como eixo de geração de empregos e desenvolvimento da rede de atenção à saúde”, explicou o pesquisador.

O levantamento também mostrou que o perfil das contratações segue as tendências do setor: predominância feminina (245 das 264 vagas) e forte presença de jovens entre 18 e 24 anos, responsáveis por 220 das novas oportunidades. Profissionais com ensino médio completo continuam liderando as admissões, com 197 vagas, o que aponta para a alta demanda por técnicos de enfermagem, cuidadores e auxiliares de apoio em hospitais e clínicas.

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