Saúde

As Barreiras Mais Comuns no Dia a Dia da Pessoa com Deficiência

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado neste sábado, 21 de setembro, destaca a urgência de reconhecer e derrubar os obstáculos que dificultam a inclusão dessa população. No Espírito Santo, 6,7% da população, cerca de 276 mil pessoas, vive com alguma deficiência, conforme dados do governo estadual. Dentre elas, 50,8% têm limitações visuais, 24,2% motoras, 13,8% intelectuais e 11,2% auditivas.

Maria das Graças Vimercati, presidente da Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES), enfatiza que, apesar dos avanços nas políticas de inclusão, o preconceito e a falta de preparo das instituições ainda limitam o acesso a oportunidades básicas. “O cotidiano é repleto de obstáculos, desde o acesso a espaços públicos até a falta de suporte nas escolas e ambientes de trabalho inadequados”, afirma.

Principais Desafios

1. Calçadas Inadequadas
Calçadas cheias de buracos, degraus e postes podem transformar o simples ato de ir à padaria em um grande desafio. Para pessoas que utilizam cadeira de rodas ou têm dificuldades de locomoção, a falta de rampas e o mau estado das calçadas forçam desvios perigosos pela rua.

2. Sinalização Inexistente
A falta de sinalização tátil e sonora em espaços públicos representa um grande obstáculo para pessoas com deficiência visual. Ambientes mal iluminados, sites inacessíveis e a escassez de materiais de leitura adaptados agravam a situação, aumentando o risco de acidentes.

3. Filas Preferenciais
Pessoas com deficiência, especialmente aquelas cujas limitações não são visíveis, frequentemente enfrentam desconforto e preconceito ao utilizar filas preferenciais. A desconfiança de outros usuários pode transformar um direito garantido em um momento estressante.

4. Acessibilidade em Edifícios
Entrar em prédios comerciais ou banheiros públicos pode ser impossível para quem usa cadeira de rodas, se as portas e corredores não forem adequados. Eventos culturais e esportivos muitas vezes carecem de áreas acessíveis.

5. Barreiras na Comunicação
Pessoas com deficiência auditiva ou intelectual enfrentam dificuldades em ambientes que não estão preparados para diferentes formas de comunicação, como a linguagem de sinais. Isso pode limitar suas experiências em compras, restaurantes e consultas médicas.

6. Desafios nas Escolas
Para estudantes com deficiência intelectual ou TEA, a falta de adaptações nas escolas é um desafio significativo. Muitos professores não têm treinamento adequado, o que pode impactar negativamente o aprendizado e a interação social.

7. Ambientes Inadequados para Pessoas com TEA
Ambientes muito movimentados e barulhentos podem ser um gatilho para crises sensoriais em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A escassez de espaços tranquilos em locais públicos leva muitas famílias a evitarem essas situações.

O Que Precisamos Fazer?

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, instituído oficialmente pela Lei nº 11.133, de 2005, tem raízes em iniciativas do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes, iniciado em 1982. A data simboliza a luta por cidadania e igualdade.

“É essencial que a sociedade entenda que a inclusão vai além de adaptações físicas. Precisamos de uma mudança de mentalidade, que valorize as habilidades das pessoas com deficiência e assegure oportunidades iguais em todas as áreas da vida”, conclui Vanderson Gaburo, diretor social da Feapaes-ES.

A luta pela inclusão é de todos. Reconhecer e agir frente às barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência é um passo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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