Saúde

Artrose pode limitar movimentos em 80% dos idosos

A artrose, doença articular degenerativa que causa dor, pode limitar os movimentos em até 80% das pessoas afetadas. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a osteoartrite (nome técnico da enfermidade) atinge cerca de 9,6% dos homens e 18% das mulheres com mais de 60 anos.

O ortopedista Lourimar Toledo, do Ráquis Instituto da Coluna, explica que os sinais e sintomas mais comuns da doença são dores, inchaços, rigidez e deformidades nas articulações acometidas pela artrose.

Comprometimento

O médico, membro da Sociedade Brasileira de Coluna, explica que, quando a coluna é afetada, pode haver comprometimento na medula e nas raízes nervosas. Essa condição causa dores incapacitantes, além de alterações da sensibilidade e da força motora nos braços e pernas e perda da destreza manual, o que se reflete em atividades triviais como abotoar camisa, escrever, escovar dentes, usar talheres, etc.

De acordo com o médico, o controle da bexiga e do intestino também pode ficar comprometido, assim como o ato de andar.

“A amplitude de movimento diminui, ou seja, a rigidez dificulta a locomoção. Em casos mais graves, a pessoa apresenta algum tipo de deformidade óssea e incapacidade total da perna”, explica o ortopedista.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por meio de exame clínico, podendo ser complementado por exames laboratoriais, raio-X, cintilografia óssea, tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética.

O doutor Lourimar explica que a artrose pode limitar os movimentos nos idosos. Foto: Hugo Boniolo.

“A osteoartrite é fonte de dor constante, e se caracteriza pela degeneração das cartilagens que revestem as articulações (juntas) e por alterações ósseas, entre elas os osteófitos, conhecidos como ‘bicos de papagaio’. Não existe cura, mas é possível conviver com a doença por meio de controle”, afirma.

Tratamento

O tratamento não cirúrgico inclui medicação, fisioterapia e exercícios. De acordo com Lourimar Toledo, a cirurgia na coluna vertebral só é recomendada quando a osteoartrite está contribuindo para a instabilidade e deformidade das vértebras, dor incapacitante intratável por tratamento clínico ou se estiver afetando a medula e os nervos espinhais.

“Em caso cirúrgico, na maioria das vezes, é feita a descompressão neurológica da medula e dos nervos afetados, com correção da deformidade e fusão das vértebras envolvidas (artrodese)”, pontua.

Movimentos repetitivos

O ortopedista faz um alerta: pessoas que realizam movimentos repetitivos também estão propensas a desenvolver a doença: “A tensão frequente e repetitiva nas articulações desgasta a cartilagem de maneira prematura. Isso acontece por exemplo com quem faz trabalhos braçais ou passa muito tempo ajoelhado ou agachado”.

O fator genético também influencia: se alguém da família tem osteoartrite, o risco de ter o problema aumenta.

Rotina saudável

Lourimar Toledo afirma que a doença pode ser controlada, e isso passa por uma rotina saudável, sem sedentarismo.

“Envelhecer é uma etapa desafiadora da vida por causa de uma série de interferências. Os ossos e os músculos precisam de estímulo para se fortalecer. Por isso, a recomendação para prevenir a osteoartrite é fazer exercícios e ter uma alimentação equilibrada para evitar ganho de peso”, destaca.

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