Cultura

Artistas capixabas selecionados para exposição no MAC, em Niterói

Aberta para visitação no início deste mês no Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói (RJ), a exposição “Arte & Processos de Criação” reúne obras de 39 artistas contemporâneos e entre os selecionados estão Rosana Paste e Sandro Novaes, dois nomes de destaque da arte capixaba, representados pela galeria Matias Brotas.

Com curadoria de João Wesley de Souza, professor do Centro de Artes da Ufes, o conceito da mostra envolve processos criativos tomados como estudos de caso para refletir o conceito de arte na atualidade. Nela, apresenta-se um leque de possibilidades de campos conceituais e de referências imaginativas para explicitar o descentramento das poéticas atuantes no contexto da arte contemporânea. A exposição fica aberta para visitação até 25 de fevereiro de 2024.

A artista, pesquisadora e professora do Departamento de Artes Visuais da Ufes, Rosana Paste, traz em sua pesquisa o processo de criação do artista-professor, suas contaminações, atravessamentos e agenciamentos e as relações rizomáticas produzidas no plano de imanência (que pertence à essência) dessas profissões. Em suas obras, Paste busca desenvolver um percurso centrado e que se inclina na direção da “ausência do corpo”, ou um corpo suscitado, em esculturas que apresentam um forte simbolismo.

“São mais voltadas para um procedimento conceitual sobre as cargas semânticas dos materiais usados nas obras, do que as significações incrustadas no rigor formal. As obras escolhidas para ilustrar as questões estéticas apontam para a função estrutural do aço que suporta as formas, ou por relação análoga, a uma coluna vertebral que suporta o corpo. Mesmo que suas formas pontiagudas e a frieza do aço suscitam a dor, e os sentidos contraditórios explicitados pelos materiais presentes, metal e pele, introduzem outros sentidos ampliados, o corpo que deveria se relacionar com estas configurações continua não estando ali”, revela.

O artista capixaba Sandro Novaes, por sua vez, participa da mostra com duas esculturas. A essência dos trabalhos expostos é evidenciar a relação fenomenológica entre obra e observador, promovendo referência e sentido ao entendimento proposto. Ou seja: seu desejo é estimular o observador a estar presente e ativo.

“Tudo que vemos e que podemos participar, nos encaminha a uma experiência reflexiva que culmina no reconhecimento de fenômenos. Estes só podem ser construídos através da experiência de um observador ativo”, explica o artista visual, que se dedica ao universo do desenho, escultura e instalação.

Uma de suas criações está fixada na parede. “Utilizei o ferro e trouxe à visualidade experimentações que faço com a linha reta, acumulando e repetindo até criar um sistema visual complexo, um aglomerado caótico, no qual tento focar a atenção em uma linha, que chamo de linha imaterial, formada pelos desencontros. Podemos enxergá-la, mas ela não está materialmente presente ali”, detalha.

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