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ARTIGO – Todas Eunice Paiva

Em 8 de março de 2025, celebra-se o Dia Internacional da Mulher sob o tema: “Para todas as mulheres e meninas: direitos, igualdade, poder”. O tema deste ano representa um chamado à ação para ampliar a igualdade de direitos, poder e oportunidades para todas, e promover um futuro feminista onde ninguém seja deixada para trás. O empoderamento da próxima geração é central para essa ideia — a juventude, especialmente as jovens mulheres e meninas, será protagonista de mudanças duradouras.

Nada mais oportuno do que homenagearmos, no Dia Internacional das Mulheres, as bravas mulheres do Brasil, com a consagração da talentosíssima artista Fernanda Torres, indicada ao Oscar 2025 de Melhor Atriz, pelo seu desempenho no filme “Ainda Estou Aqui”, no qual interpreta brilhantemente Eunice Paiva. Eunice foi uma advogada e símbolo da luta contra a ditadura militar no Brasil, trabalhando ativamente pelos direitos humanos dos desaparecidos e seus familiares, além de apoiar a causa indígena. O filme foi também indicado para mais duas categorias: Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, conquistando, de forma brilhante, o primeiro Oscar de Melhor Filme Internacional para o cinema brasileiro — um momento histórico. Infelizmente, nossa Fernanda não levou o prêmio de Melhor Atriz, mas outras oportunidades surgirão no futuro, agora que Hollywood reconhece o talento dos atores e atrizes brasileiros. Eles agora sabem que “Estamos Aqui”.

“O ano de 2025 é um momento crucial na busca global pela igualdade de gênero e pelo empoderamento das mulheres, pois marca o 30º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim. Adotada por 189 governos ao fim da 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em 1995 na cidade de Pequim, o documento continua sendo o instrumento mais progressista para a promoção dos direitos das mulheres e meninas em todo o mundo, contando com amplo apoio. A Plataforma orienta políticas, programas e investimentos que impactam áreas críticas de nossas vidas, como educação, saúde, paz e mídia”, afirma em seus comunicados a ONU Mulheres, sob a bandeira da campanha global de participação política, empoderamento econômico e eliminação da violência contra mulheres e meninas.

O Oscar para “Ainda Estou Aqui” é uma vitória da cultura e do cinema brasileiro, do talento de Fernanda Torres, Walter Salles, Selton Mello e demais artistas do filme. É também uma vitória da memória de Rubens Paiva e de tantas vítimas da ditadura, e de Eunice, que lutou pela verdade e pela democracia. O filme revela de forma explícita que, no meio de uma elite preconceituosa e ridícula, existe um cineasta como Walter Salles, uma exceção que confirma a regra. “Uma honra tão grande. Isso vai para uma mulher que teve uma perda tão grande. Esse prêmio vai para ela, Eunice Paiva, e para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, afirmou emocionado o diretor Walter Salles, em seu discurso ao receber o inédito Oscar. O filme brasileiro superou o iraniano A Semente do Fruto Sagrado, o francês Emília Pérez, a animação letã Flow e o dinamarquês A Garota da Agulha.

Manoel Goes Neto – escritor, produtor cultural e membro do IHGES

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