Uma startup é uma empresa emergente, geralmente de base tecnológica, que busca desenvolver um modelo de negócios inovador para solucionar um problema específico no mercado, ou mesmo, um novo produto ou solução tecnológica que atenda determinadas demandas de forma simples, mais rápida e eficaz.
O sucesso de uma startup é influenciado por uma série de fatores, e não existe uma fórmula única para garantir o êxito. No entanto, é importante que as empresas respeitem as boas práticas e abordagens para trilharem o caminho do sucesso.
É fundamental entender que as startups têm em sua característica principal serem pequenas, de uma ou duas pessoas inicialmente, até chegar à maturidade, ou seja, se tornar uma empresa consolidada no mercado. Para isso, passam por várias fases distintas durante seu desenvolvimento.
A ideia é a primeira fase da startup, o jardim de infância da startup, também conhecida como ideação. Após os fundadores identificarem uma proposta de negócio inovadora para resolver uma demanda de mercado, começam a delinear o conceito da startup e avaliam sua viabilidade. As incubadoras são uma oportunidade de se obter suporte e orientação para seguir os próximos passos.
O Espírito Santo conta com diversas incubadoras e espaços de inovação que apoiam o desenvolvimento de startups e empreendimentos inovadores:
Incubadora de Empresas da Ufes (IEBT);
Ifes Incubadora;
Incubadora de Empresas de Vila Velha (IEVV);
Ninho de Empresas;
Hub de Inovação Ifes.
Já a validação é a fase comparada ao ensino fundamental das startups. Os empreendedores procuram validar sua ideia através de pesquisas de mercado, feedback de potenciais clientes e análises de concorrência. O objetivo é confirmar se há uma demanda real para o produto ou serviço proposto.
Com base na validação, quando a empresa ganha um CNPJ, pode-se dizer que a startup está no ensino médio. Ela começa a desenvolver um Produto Mínimo Viável (MVP). O MVP é uma versão simplificada do produto ou solução tecnológica que permite aos fundadores testarem sua proposta no mercado com o mínimo de recursos. Havendo aderência no mercado, chega a hora do lançamento (Go-to-Market).
Vale ressaltar que o processo de aceleração de startups pode contribuir para o sucesso e, geralmente, ocorre quando uma empresa está em um estágio mais avançado em comparação com a fase inicial de incubação.
As startups que buscam aceleração geralmente já passaram pela fase de ideação e validação inicial e possuem um produto ou serviço no mercado. Um bom exemplo capixaba é o Centelha ES, voltado para fomentar o empreendedorismo que busca apoiar ideias inovadoras e startups no estado.
Os investidores anjo são uma opção de conseguir recurso para o projeto, além dos investimentos raiz, que são obtidos de familiares e amigos. Os incentivos do Estado, por meio de fundos, também têm uma significativa contribuição para que as startups sejam vitoriosas nos desafios de mercado, como por exemplo:
Investe ES; Linhas de crédito do Baneste para empresas, incluindo startups;
A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes): Apoia projetos de pesquisa e inovação, fornecendo financiamento para iniciativas inovadoras;
Centelha ES: Visa apoiar a criação de startups inovadoras no estado, proporcionando recursos financeiros e suporte;
Fundo de Investimento em Participações (Fips) do Bandes; o Bandes é cotista de quatro fundos com foco em empreendimentos e ideias inovadoras: Funses1; Criatec 3; Primatec; Seed4science e Fundo Anjo.
A startup lança oficialmente seu produto no mercado. Esta fase envolve estratégias de marketing, aquisição de clientes e aprimoramento contínuo com base no feedback dos usuários.
Se o produto ganha aceitação no mercado, vem o crescimento (Scale-up). É o ensino superior da empresa, quando a startup concentra-se em escalar suas operações. Isso pode incluir expansão para novos mercados, aumento da base de clientes e otimização dos processos internos.
Após ser lançada, a startup busca consolidar sua posição no mercado. Isso pode envolver a diversificação de produtos, parcerias estratégicas e a busca por rentabilidade sustentável. É a formação acadêmica da Startup. Muitas das startups chegam nesta fase e não se consolidam e entram na chamada “Curva da Morte”, onde a saída com prováveis prejuízos pode dar fim à startup.
O próximo passo é o doutorado para aquelas que atingiram a maturidade, quando estabeleceram uma posição sólida no mercado. Em alguns casos, os fundadores podem optar por manter a empresa privada e continuarem operando a longo prazo. Outras opções incluem a venda da empresa (exit) ou abrir capital, além dos Fundos de Investimento em Participação.
O sucesso ou a morte das startups depende de como essas ideias inovadoras vão percorrer esses caminhos. Sair da incubadora e aceleradora para se lançar no mercado é um grande desafio para os seus fundadores.
Vale lembrar que essas fases podem variar dependendo da natureza da startup, do setor em que atua e das decisões estratégicas dos fundadores. Além disso, nem todas as startups passam por todas as fases, e algumas podem enfrentar desafios que encerrem as operações em estágios anteriores.
Em síntese, o sucesso de uma startup depende de uma série de fatores, a começar por entender o mercado onde ela está inserida. É fundamental que o produto ou serviço ofertado atenda a um problema real do mercado, além de construir, desde sua etapa inicial, uma equipe forte que mantenha o foco no cliente.
É preciso aprender com os erros e não ter medo de falhar. A adaptação às realidades pode decidir sobre a vida da startup. Gerenciar e planejar os recursos para que não falte capital fortalece o empreendimento. Já os recursos junto aos fundos de investimento, no estado, são uma opção madura, desde de que se tenha um plano de negócios sólido, que demonstre o potencial de retorno para os investidores. Atender a esses critérios e conquistar um lugar no mercado é o doutorado da startup.
Cada startup é única e sujeita às adaptações específicas. O sucesso, muitas vezes, resulta da combinação de uma ideia sólida, execução eficiente e uma abordagem orientada para o cliente.
Por Juba Paixão – Jornalista, publicitário e empresário de comunicação institucional – detentor da Cruz do Mérito da Comunicação, categoria Comendador, pela Câmara Brasileira de Cultura.