Aconteceu lá em Tonga: as mulheres em idade escolar foram legalmente proibidas de lutar boxe, a fim de que a dignidade delas seja preservada. No Turcomenistão mulheres são proibidas de conduzir veículos – que, no mais, somente podem ser de cor branca ou prateada.
No Canadá comerciantes de Quebec não podem dizer “hi” aos seus clientes, apenas o francês “bonjour” – por conta de determinação unânime do órgão legislativo local. Em Nova York (EUA) uma lei proíbe dança em bares e discotecas – menos de 100 dos mais de 22 mil estabelecimentos locais conseguiram, após imensos desafios burocráticos, licenças especiais para que seus clientes pudessem dançar. Por falar em dança, no Japão é proibido dançar em clubes noturnos após meia-noite.
Na Malaysia decidiu-se proibir a utilização de roupas amarelas. No Irã é vedado aos homens o uso de cortes de cabelo considerados “de estilo ocidental”. Na Arábia Saudita é proibido comemorar o Dia dos Namorados.
Na França o uso do popular catchup nas cantinas das escolas está proibido desde 2011, a fim de que reste preservada a culinária francesa. Em Lisboa (Portugal) e Veneza (Itália) é proibido alimentar os pombos.
No Reino Unido é proibido ter unicórnios como animais de estimação – e bem assim manter relações sexuais no cemitério de Birmingham. Na China músicas em ritmo dançante em salões privados e danceterias estão proibidas.
Em Guanajuato, no México, beijos apaixonados em via pública podem render até 36 dias de prisão. No Paquistão festas de casamento que não sejam discretas e modestas podem render aos noivos um processo criminal.
Em Icononzo, na Colômbia, é proibido por lei fofocar. Em Ohio, nos EUA, é proibido embebedar peixes. Em Castellammare di Stabia, na Itália, minissaias e outras roupas “reveladoras” são proibidas.
Na Austrália atrizes com seios pequenos não podem participar de filmes pornográficos. No Reino Unido é proibido morrer no Parlamento. Na China banheiros públicos poderão ter no máximo duas moscas.
Eis aí um quadro que estimula alguma reflexão. Estamos a falar de leis – fruto, assim, da criação de mentes minimamente educadas. Elas vieram tanto de sociedades miseráveis como de outras riquíssimas – que, culturalmente, vão do obscurantismo ao brilho. Estão em vigor em pleno século XXI. Como explicar-se isso?
Pedro Valls Feu Rosa é jornalista, escritor e desembargador no Espírito Santo