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ARTIGO – Liderança em Jogo Infinito: o papel do líder que joga para permanecer

Em um mundo em que resultados trimestrais, metas de curto prazo e comparações imediatas parecem ditar o ritmo das empresas, o conceito de “jogo infinito”, proposto por Simon Sinek (e outros autores), surge como uma provocação necessária sobre o verdadeiro papel da liderança.

Sinek nos convida a enxergar que há dois tipos de jogos: o finito e o infinito. O jogo finito tem regras claras, um tempo determinado e um vencedor definido, como uma partida de futebol. Já o jogo infinito, por outro lado, não possui término. Seu objetivo não é vencer, mas continuar jogando. Nesse tipo de jogo, o propósito não é derrotar o
outro, e sim evoluir continuamente, adaptando-se às mudanças e mantendo a empresa relevante ao longo do tempo.

O líder de jogo infinito não enxerga sua equipe como uma ferramenta para atingir metas, mas como um organismo vivo que precisa de visão, propósito e cuidado. Ele entende que, embora o desempenho seja importante, é a cultura que sustenta a perenidade da organização. Mais do que comandar, esse líder inspira. Mais do que cobrar, ele orienta. Ele sabe que a confiança é o combustível da longevidade, e que liderar é sobre construir algo que resista mesmo quando ele não estiver mais à frente.

Em uma era em que muitas empresas competem apenas para ganhar espaço, o líder de jogo infinito joga para permanecer. Ele não busca apenas crescimento, mas significado. Não toma decisões apenas para o próximo trimestre, mas para a próxima década. Trazer o pensamento infinito para a realidade empresarial brasileira significa repensar modelos de gestão ainda baseados em urgência e performance imediata. É reconhecer que um negócio sólido não nasce da obsessão por métricas, e sim da clareza de propósito e consistência de valores.

Empresas que jogam o jogo infinito — aquelas que investem em pessoas, inovação e relacionamento — acabam vencendo também no jogo finito, porque constroem confiança, lealdade e reputação, ativos que não aparecem no balanço, mas sustentam tudo o que nele está.

Simon Sinek escreve que “os jogadores infinitos não competem com os outros, competem com si mesmos”. Essa talvez seja a essência do verdadeiro líder: aquele que não se guia pela comparação, mas pela evolução constante. Ser um líder de jogo infinito é compreender que liderar é servir, crescer é compartilhar e vencer é permanecer relevante.

José Neto Rossini Torres é Sócio, Gestor Comercial e Assessor de Investimentos Alta Renda da Forttu Investimentos; Advogado; Autor dos livros: “Investe Logo: Compartilhando experiências com o investidor iniciante” e “O Caminho para o sucesso na Assessoria de Investimentos: Processo, Relacionamento e Intensidade” (Em pré-lançamento)

 

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