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ARTIGO – Artes cênicas – 2025 com grandes novidades

Em retrospectiva, 2025 nas artes cênicas no Espírito Santo, como também no país, foi marcado por grandes novidades e por uma forte retomada dos eventos presenciais e pela celebração de datas importantes de festivais e instituições, com ênfase na diversidade, inclusão e circulação de espetáculos por diversos territórios capixabas. A 21ª Edição do Festival Nacional de Teatro de Vitória, consolidou o maior evento de artes cênicas do Espírito Santo, o festival celebrou a sua maior idade com muita poesia e arte, com uma programação robusta.

Receberam tratamentos especiais os históricos Armazéns do Porto de Vitória (1927), onde o Armazém 4 e o prédio anexo sediarão a nova sede do Museu Vale, em uma área total de 3,9 mil metros quadrados, que ocupará dois dos cinco andares do prédio anexo, com todo acervo transferido do antigo Museu Vale desativado em Argolas, Vila Velha. Já o Armazém 3 abriga o Senai Porto, uma unidade de ensino focada na formação de profissionais nas áreas de logística, gestão portuária, tecnologia da informação e economia do mar. A unidade, a primeira do Espírito Santo, situada em uma área portuária, tem capacidade para atender cerca de 1,8 mil alunos por dia, com 600 por turno.

O Armazém 5, já inaugurado em outubro, com cerca de 1,8 mil metros quadrados foi transformado em um espaço cultural multiuso. O local conta com uma arena de espetáculos, área expositiva, espaço formativo e ativações nas áreas de arte, design e gastronomia. O espaço foi inaugurado com a exposição coletiva temporária do projeto artístico-cultural “Baía de Vitória”

Fechado desde fevereiro de 2017, o Theatro Carlos Gomes, totalmente restaurado, requalificado e acessível, foi reinaugurado em novembro deste ano.  É um teatro localizado na Praça Costa Pereira, no centro da nossa capital Vitória. Foi projetado pelo arquiteto italiano André Carloni, em estilo arquitetônico eclético, e inaugurado em 5 de janeiro de 1927  inspirado no Teatro Scala de Milão. Apresenta uma mistura de estilos arquitetônicos em que predomina o neoclássico. A belíssima pintura do teto é de autoria do artista mineiro Homero Massena.

Agora comportará 450 pessoas, com sonorização e climatização modernas, acessibilidade plena e equipamentos de segurança para prevenção e combate a incêndios. A

O amarelo que antes marcava o prédio deu lugar ao tom camurça, uma tonalidade que fica entre o cinza e o bege. A reabertura de uma sala de teatro é um evento de grande importância, pois representa o resgate de um espaço vital para a formação cultural, o desenvolvimento social e a dinamização econômica da comunidade local. O teatro é o lugar de encontro com o outro, onde a vida acontece.

Enfim, o Cais das Artes, em Vitória, entrou na reta final das suas obras e receberá, nessa primeira fase, a exposição “Amazônia” do renomado fotógrafo Sebastião Salgado para sua inauguração. A previsão é que a exposição comece no primeiro trimestre de 2026, após a entrega do espaço físico no primeiro trimestre de 2026. A segunda fase, que inclui o teatro, está prevista para o segundo semestre de 2026, com capacidade para 1.300 pessoas, em um espaço projetado para receber diversos tipos de eventos, como concertos, danças, óperas e peças teatrais, contando com um palco de 600m².

O teatro é um dos mais expressivos e úteis instrumentos para a edificação de um país e o barômetro que marca sua grandeza ou a sua decadência. Um teatro sensível e bem orientado pode mudar em poucos anos a sensibilidade do povo” – Federico García Lorca.

 

Manoel Goes Neto  é escritor, produtor cultural e diretor no IHGES

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