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Alice: deputados pedem ação contra facções

Marcelo Santos classifica morte de Alice como terrorismo e deputados cobram ação contra facções no ES

Morte de Alice de 6 anos mobiliza deputados e acende alerta sobre facções no ES

A sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) da ultima segunda-feira (25) foi marcada por indignação e cobranças dos parlamentares sobre a morte de Alice Rodrigues, de seis anos, baleada por membros de uma facção criminosa na tarde de domingo (24), em Carapebus, na Serra. A menina estava com a família em um veículo que foi confundido pelos criminosos.

O presidente da Ales, Marcelo Santos (União), classificou o assassinato como um ataque terrorista e criticou a postura de parte do Congresso Nacional:

“A pequena Alice foi alvo de um ataque terrorista, é o nome que temos que dar, não é troca de tiros. Precisamos fazer com que o Congresso Nacional entenda e pare de fazer vídeo para postar nas redes sociais, pare de ficar debatendo ideologia partidária e trabalhe em prol do Brasil.”

Santos também alertou que o tráfico de drogas deixou de ser o foco principal das facções, que atualmente controlam diversos setores econômicos:

“São donos de universidades, postos de combustíveis, hotéis, motéis, empresas de ônibus… de quase tudo o que um cidadão comum, trabalhador honesto, gostaria de ter.”

O parlamentar defendeu políticas públicas preventivas, com mais policiais e equipamentos para que a segurança possa agir de forma antecipada:

“Quantas mulheres iguais à Alice de seis anos, e tantas outras de um ano ou ainda no ventre da mãe, foram assassinadas por esses grupos terroristas? Nós queremos ter o direito de ir e vir, e para isso tem que ter uma política pública que chegue a esses lugares.”

A morte de Alice motivou minutos de silêncio e discursos cobrando medidas duras contra o crime organizado.

  • Dary Pagung (PSB): “Espero que o Judiciário dê respostas de penas duras.”

  • Fábio Duarte (Rede): “Parabenizo à secretaria de segurança que já prendeu seis integrantes, mas precisamos de uma justiça mais dura para casos como esse.”

  • Iriny Lopes (PT): “Está faltando debate com soluções práticas. Precisamos de mais investimento em prevenção.”

  • Delegado Danilo Bahiense (PL): “O tráfico está audacioso. Atiram sem nenhum respeito.”

  • Alexandre Xambinho (Podemos): “O balneário é de um povo ordeiro, mas o tráfico está entranhado na comunidade.”

  • Janete de Sá (PSB): “Precisamos de uma força-tarefa entre Poderes e forças de segurança para enfrentar o avanço do crime.”

O deputado Alcântaro Filho (Republicanos) anunciou que já reuniu 7 das 10 assinaturas necessárias para a criação de uma CPI das Facções, com o objetivo de investigar e fiscalizar o crescimento das facções criminosas no estado:

“Alice foi vítima da violência, da guerra de facções no Estado. Há poucos dias tivemos Sofia Vidal, de 15 anos, em Vila Velha. Amanhã onde será? E depois de amanhã? Quantas vidas mais vamos perder para a guerra do tráfico no Espírito Santo? Estudos indicam que o estado vive um reflexo com atraso do que ocorre no Rio de Janeiro; daqui a 15, 20 anos, poderemos viver dominados pelo tráfico de drogas.”

A sessão reforçou a urgência de medidas integradas entre Poderes, órgãos de segurança e políticas públicas preventivas, em resposta ao avanço do crime organizado no Espírito Santo.

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