A perda auditiva, muitas vezes rotulada como uma “deficiência invisível”, afeta uma parcela significativa da população brasileira, com mais de 10 milhões de cidadãos apresentando algum grau dessa condição, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Surpreendentemente, 2,7 milhões de indivíduos enfrentam uma surdez profunda, o que significa que não possuem nenhuma capacidade auditiva.
A perda auditiva pode ser causada por diversas razões, sendo congênita ou adquirida ao longo da vida devido a doenças, acidentes e outros fatores. Além disso, a presbiacusia, ou perda auditiva relacionada à idade, é um fenômeno comum, afetando principalmente aqueles com 60 anos ou mais.
Mas o que o fato de não escutar tem a ver com o Alzheimer? Muito!
Estudos recentes sugerem que a perda auditiva desencadeia alterações cerebrais que aumentam o risco de desenvolver demência. E o uso de aparelhos auditivos pode reduzir essa probabilidade.
De acordo com uma pesquisa publicada na revista The Lancet Public Health, indivíduos entre 40 e 69 anos com perda auditiva que não usam aparelhos auditivos apresentam um risco 42% maior de desenvolver degeneração neurocognitiva em comparação com aqueles que utilizam esses dispositivos.
A fonoaudióloga Neuzimar Araújo Cont, do Centro Auditivo Audio Smart, enfatiza a importância dos aparelhos auditivos na manutenção da saúde cognitiva, especialmente em idosos. “O uso de aparelhos auditivos permite que pacientes com dificuldades de audição ativem as vias cerebrais auditivas anteriormente subutilizadas devido a privação sonora, estimulando a atividade no córtex auditivo e prevenindo complicações associadas à demência”, explica.
Além disso, a especialista ressalta que a adoção de hábitos de vida saudáveis, como uma alimentação adequada e a prática regular de exercícios físicos, também desempenha um papel significativo na prevenção do Alzheimer.