FINDES apresenta dados do IAE e projeta crescimento da economia capixaba até 2026
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) apresentou, nesta quinta-feira (18), os dados do Indicador de Atividade Econômica (IAE-FINDES) referentes ao terceiro trimestre de 2025, além das projeções para o fechamento deste ano e para 2026. A coletiva, última do calendário anual da entidade, foi realizada na sede da FINDES, em Vitória, em formato de almoço para a imprensa.
A apresentação foi conduzida pelo presidente da FINDES, Paulo Baraona, e pela executiva do Observatório FINDES, Marilha Silva, que detalharam o desempenho dos principais setores produtivos e as perspectivas para a economia capixaba.
De acordo com o Observatório FINDES, a economia do Espírito Santo deve manter a trajetória de crescimento em 2026, com alta projetada de 1,9%. Para 2025, a expectativa é de expansão de 3,9%, consolidando um ciclo positivo que, se confirmado, marcará o quarto ano consecutivo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba.
O desempenho previsto segue acima da média nacional, estimada em 2,3% para 2025 e 1,8% para 2026. Mesmo diante de desafios como juros elevados e impactos externos sobre as exportações, a economia estadual demonstra resiliência, com a indústria e a agropecuária mantendo papel central na sustentação da atividade econômica.
Os dados apresentados mostram que, entre janeiro e setembro de 2025, a economia capixaba cresceu 2,5% em comparação ao mesmo período de 2024. No recorte setorial, todos os segmentos registraram crescimento, com destaque para a agropecuária, que avançou 16%, impulsionada principalmente pela safra de café, em especial o conilon, que responde por grande parte da produção estadual. Condições climáticas mais favoráveis e ganhos de produtividade contribuíram para o resultado expressivo.
A indústria também teve papel relevante no desempenho econômico, sustentada pela produção de petróleo, gás natural e pela pelotização do minério de ferro. A retomada da indústria extrativa, impulsionada pelo aumento da produção offshore e pelo bom desempenho dos campos marítimos, reforçou a importância do setor energético para o Espírito Santo, com reflexos positivos em cadeias como logística, metalmecânica e serviços especializados.
Em contrapartida, a indústria de transformação e a construção civil apresentaram retração no período, refletindo os efeitos do crédito mais caro e de um ambiente de investimentos mais cauteloso, especialmente em setores dependentes de financiamentos de longo prazo.
Nos setores de serviços e comércio, o crescimento foi mais moderado, porém suficiente para garantir estabilidade econômica. O transporte de cargas se destacou, impulsionado pelo aumento da produção agrícola e industrial. Já o comércio foi beneficiado pela expansão da renda das famílias e pela redução da taxa de desemprego no Estado, que atingiu patamares historicamente baixos ao longo de 2025, sustentando o consumo interno.
Durante a coletiva, a FINDES também destacou a diversificação econômica e a busca por novos mercados como estratégias fundamentais para sustentar o crescimento nos próximos anos. Segmentos estratégicos, como o descomissionamento de plataformas de petróleo e gás, foram apontados como oportunidades para fortalecer a indústria local, gerar empregos qualificados e ampliar a competitividade do Espírito Santo.