Cidade

15 de dezembro – Dia do Arquiteto e Urbanista

Mobilidade urbana e o futuro das cidades

Neste domingo (15), o Brasil celebra o Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista, data que destaca a relevância desses profissionais na construção de cidades mais humanas, eficientes e sustentáveis. Muito além do desenho de edificações, a arquitetura e o urbanismo exercem papel estratégico na qualidade de vida da população — especialmente quando o tema é mobilidade urbana.

A forma como as cidades são planejadas influencia diretamente a maneira como as pessoas vivem, circulam e se relacionam com os espaços. A organização do transporte público, a integração entre bairros, a segurança de pedestres e ciclistas e o crescimento urbano planejado são decisões que passam, necessariamente, pelo olhar técnico e sensível do arquiteto e urbanista.

Para o arquiteto e urbanista Murillo Paoli, Vitória exemplifica bem como o planejamento urbano exige criatividade e estratégia. Com uma geografia naturalmente limitada, a capital capixaba enfrenta desafios que tornam ainda mais urgente a adoção de soluções integradas. “A mobilidade urbana é resultado de escolhas. Quando priorizamos pessoas, e não apenas carros, conseguimos construir uma cidade mais funcional e acolhedora”, afirma.

Nos últimos anos, temas como ciclovias mais conectadas, calçadas acessíveis, passarelas seguras, integração do transporte público e redução da dependência do automóvel têm ganhado espaço no debate urbano. Ainda assim, segundo Paoli, há um longo caminho a percorrer. “São melhorias que, quando somadas, impactam diretamente a qualidade de vida de quem mora, trabalha e circula pela cidade”, destaca.

O Centro de Vitória surge como um dos principais pontos dessa discussão. Apesar de avanços pontuais e projetos de revitalização que trouxeram valorização à região, o bairro ainda demanda políticas mais consistentes de preservação do patrimônio e requalificação urbana. “O Centro tem um enorme potencial adormecido. Revitalizar não é apenas reformar fachadas, mas criar caminhos mais seguros, fluidos e intuitivos para quem vive e circula ali”, pontua o arquiteto.

Segundo Murillo Paoli, a arquitetura assume protagonismo quando se pensa a cidade em escala humana. “Calçadas mais amplas, trajetos contínuos para pedestres, ciclovias conectando pontos estratégicos e mobiliário urbano que estimule a permanência — como bancos, sombreamento e áreas de convivência — são elementos essenciais para devolver vida ao Centro”, afirma.

Para o arquiteto e urbanista, o futuro da mobilidade passa por projetos que respeitem o meio ambiente, priorizem o deslocamento ativo e reconheçam que cidades são, прежде de tudo, feitas para pessoas. “Pensar Vitória para o futuro é imaginar uma cidade com mais verde, mais sombra, espaços públicos bem cuidados e trajetos que convidem o cidadão a ocupar as ruas de forma plena”, conclui.

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