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Espetáculo de dança-teatro em nova fase, montagem ‘Besta-Fera’

Em nova fase, montagem “Besta-Fera” aporta nos palcos de São José do Calçado, Guaçuí e Anchieta com entrada gratuita e intérpretes de Libras

Costurando elementos de 13 personagens femininas que desafiam os padrões de comportamento e o conceito tradicional do que é ser mulher, o grupo capixaba Cena Coletiva inicia uma nova fase da montagem “Besta-Fera”, espetáculo de dança-teatro que chega aos palcos de São José do Calçado, Guaçuí e Anchieta entre os dias 4 e 18 de outubro. Todas as apresentações são gratuitas, com classificação indicativa de 12 anos, e contam com intérpretes de Libras.

A temporada começa neste sábado (4), às 19h, no Montanha Clube, em São José do Calçado. No domingo (5), o grupo ministra uma oficina sobre o tema, das 9h às 12h, no Ponto de Cultura Gota, Pó e Poeira, no Centro de Guaçuí, e apresenta o espetáculo às 17h, no Teatro Fernando Torres, também em Guaçuí. A última sessão acontece no dia 18 de outubro, às 19h, na Sede do Grupo de Teatro Rerigtiba, no bairro Justiça II, em Anchieta.

“Besta-Fera” conduz o público por um percurso sensorial e simbólico que atravessa paisagens — do mar ao sertão, do mangue à cidade, até o fim do mundo —, onde personagens como Medeia, Luzia Homem, Circe e Hécate ganham corpo e voz. A obra propõe uma reflexão sobre a forma como o feminino foi retratado ao longo do tempo, revelando as marcas de resistência e transgressão dessas mulheres.

Segundo a coreógrafa e diretora Carla van den Bergen, o espetáculo não busca narrar as histórias dessas figuras mitológicas ou literárias, mas evidenciar o que as torna diferentes e, por isso, vistas como “monstruosas”.

“O que causa estranhamento, temor ou horror é o que nos guia nesse trabalho. Essas mulheres rompem com a passividade e a docilidade esperadas delas, e é justamente aí que reside sua força”, explica Carla.

O dramaturgo e codiretor Fernando Marques acrescenta que a peça também questiona os limites da normalidade e da anormalidade impostos aos corpos femininos:

“Algumas dessas figuras têm caudas de peixe ou cobras na cabeça, outras são humanas, mas provocam repulsa apenas por se comportarem de forma diferente. A forma como a sociedade as enxerga é uma construção masculina e histórica.”

Encenado em formato de arena, o espetáculo envolve o público em uma atmosfera de som, luz e movimento. As intérpretes Gabriela Camargo, Patricia Galleto e Carmem Marques se revezam em cena, enquanto duas narradoras fazem intervenções ao vivo, conduzindo a plateia com trilha sonora original e sonorizações que estimulam os sentidos.

Com mais de três anos de trajetória, o grupo Cena Coletiva reúne artistas da cena capixaba com mais de 30 anos de experiência, oriundos do histórico Grupo Z, e atualmente atua em Domingos Martins, onde mantém atividades culturais permanentes. A linguagem da dança-teatro, desenvolvida pelo grupo há duas décadas, é o principal diferencial estético e expressivo da montagem.

Espetáculo “Besta-Fera”, do Cena Coletiva

São José do Calçado – Apresentação com intérprete de Libras

Data: 4 de outubro de 2025 (sábado)

Horário: 19h

Entrada: Gratuita

Local: Montanha Clube

Endereço: Rua Álvaro Fernandes Medina, 9 – Centro – São José do Calçado/ES

Classificação: 12 anos

Guaçuí – Oficina

Data: 5 de outubro de 2025 (domingo)

Horário: 9h às 12h

Entrada: Gratuita

Local: Ponto de Cultura Gota, Pó e Poeira

Endereço: Rua Joaquim Martinho de Carvalho, 11 – Centro – Guaçuí/ES

Classificação: 12 anos

Guaçuí – Apresentação com intérprete de Libras

Data: 5 de outubro de 2025 (domingo)

Horário: 17h

Local: Teatro Fernando Torres

Endereço: Av. Governador Lacerda de Aguiar, s/n – Centro – Guaçuí/ES

Classificação: 12 anos

Anchieta – Apresentação com intérprete de Libras

Data: 18 de outubro de 2025 (sábado)

Horário: 19h

Entrada: Gratuita

Local: Sede do Grupo de Teatro Rerigtiba

Endereço: Avenida Oliveira, 334 – Justiça II – Anchieta/ES

Classificação: 12 anos

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