Cidade

Espírito Santo avança na agenda verde com seleção de gestora do Fundo de Descarbonização

Três empresas foram classificadas para a fase final da chamada pública promovida pelo Bandes; resultado será divulgado em 1º de agosto

O Espírito Santo está prestes a dar um passo decisivo rumo à consolidação de uma economia de baixo carbono. Nesta segunda-feira (21), o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) anunciou as três empresas classificadas para a fase final do processo de seleção da gestora de recursos do Fundo de Descarbonização do Estado. A chamada pública, de abrangência nacional, recebeu 11 propostas e agora segue com a participação da BTG Investimentos (SP), Régia Capital (RJ) e Vinci (RJ), que apresentarão suas propostas presenciais à comissão avaliadora na próxima segunda-feira (28).

O resultado final será divulgado no dia 1º de agosto e marcará o início de uma nova etapa na implantação do Fundo de Descarbonização, considerado um divisor de águas para o desenvolvimento sustentável capixaba. O fundo é estruturado com recursos do Fundo Soberano do Espírito Santo (Funses), com aporte inicial de R$ 500 milhões, e está alinhado ao Plano Estadual de Descarbonização, lançado em 2023. O objetivo é viabilizar projetos concretos que contribuam para a redução de 27% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 e a neutralidade até 2050.

O governador Renato Casagrande destacou a importância do momento. “Recebemos 11 propostas e agora estamos com três selecionadas. O Fundo é um instrumento para que possamos dar passos adiante e atingir as metas de Paris até 2050. O Espírito Santo tem se tornado referência em diversas áreas e o Fundo vem para ser um marco. Em breve, iniciaremos uma nova era de descarbonização no Estado”, afirmou.

O diretor-presidente do Bandes, Marcelo Saintive, ressaltou a qualidade das propostas e a relevância da escolha da gestora. “Esta seleção é decisiva para a estruturação do Fundo de Descarbonização. As gestoras selecionadas possuem ampla experiência em finanças climáticas e capacidade técnica para criar veículos de investimento alinhados à transição energética e à economia de baixo carbono”, disse.

Segundo ele, o fundo buscará iniciativas escaláveis, com impacto ambiental mensurável, e exigirá da gestora vencedora forte aderência à tese de investimento baseada nas diretrizes do Plano Estadual. “Esperamos que a empresa escolhida esteja à altura da ambição do Espírito Santo de liderar a agenda verde no Brasil”, completou Saintive.

O secretário de Estado de Desenvolvimento, Rogério Salume, também celebrou o avanço. “Criamos um fundo específico dentro do Fundo Soberano para impulsionar iniciativas sustentáveis. As três empresas selecionadas são altamente qualificadas, o que mostra o grau de confiança que o setor produtivo tem em nosso Estado. Estamos construindo uma política de desenvolvimento que alia inovação, responsabilidade ambiental e geração de oportunidades”, pontuou.

O Fundo de Descarbonização é um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), que deverá apoiar projetos em setores-chave como infraestrutura, indústria, agricultura e serviços. As empresas interessadas na gestão precisam comprovar experiência na estruturação de fundos alinhados a práticas sustentáveis, apresentar estrutura de custos competitiva e aderência aos objetivos de descarbonização estabelecidos pelo Espírito Santo.

Além de seguir as diretrizes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), o fundo poderá captar recursos complementares ao aporte inicial do Funses, ampliando sua capacidade de fomentar a transição para uma economia verde.

Com essa iniciativa, o Espírito Santo reforça seu protagonismo na agenda ambiental nacional, fortalecendo seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e preparando o terreno para investimentos que conciliam retorno econômico e responsabilidade climática. O anúncio da empresa gestora vencedora no início de agosto será um marco para a execução de políticas públicas que aliam inovação, sustentabilidade e impacto social.

Leia também