Doenças silenciosas, as hepatites virais podem causar danos graves ao fígado quando não diagnosticadas e tratadas a tempo
A campanha Julho Amarelo chama atenção para um problema de saúde pública muitas vezes silencioso: as hepatites virais. Criada em 2019 pelo Ministério da Saúde, a mobilização busca fortalecer ações de prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e controle dessas infecções, que podem causar inflamação grave no fígado, evoluir para cirrose e até câncer hepático.
Na Serra, moradores contam com serviços gratuitos para testagem e vacinação. A gerente do Centro de Testagem e Aconselhamento/Serviço de Atendimento Especializado (CTA/SAE) da Serra, Kenia Maria Rolim, destaca a importância de fazer o exame mesmo sem sintomas aparentes.
“Elas são doenças silenciosas que, muitas vezes, não apresentam sintomas, o que torna o diagnóstico precoce um grande desafio. Por isso, é fundamental que as pessoas façam os exames regularmente, pois, quando não tratadas, essas infecções podem evoluir e causar danos graves ao fígado”, explica.
O CTA da Serra atende de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h30, oferecendo testagem rápida para hepatites B e C, além de HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). O atendimento é gratuito e aberto a qualquer pessoa com 14 anos ou mais — menores precisam estar acompanhados de um responsável.
Além do CTA, todas as 39 unidades de saúde do município oferecem testes rápidos para hepatites B e C. O serviço é sem necessidade de agendamento prévio, respeitando apenas os horários de funcionamento das salas de vacina.
A vacina contra hepatite B está disponível para todas as idades. Bebês já recebem a primeira dose nas primeiras 12 horas de vida, seguida por mais duas aplicações: uma aos 30 dias e outra 180 dias após a primeira. Quem não completou o esquema vacinal na infância pode receber as doses na rede pública.
Já a vacina contra hepatite A é oferecida para crianças de 15 meses até menores de 5 anos. Fora dessa faixa etária, há vacinação apenas para grupos específicos definidos pelo Ministério da Saúde, como pessoas com hepatopatias crônicas, HIV/AIDS ou fibrose cística.
“A hepatite C ainda não possui vacina, mas, graças aos avanços da medicina, existem tratamentos eficazes que possibilitam a cura da doença”, completa Kenia.
Nos finais de semana, a Prefeitura também costuma abrir pontos extras de vacinação, com a programação semanal divulgada no site e nas redes sociais oficiais.
Tipos de hepatite viral
Hepatite A
Transmissão: ingestão de água ou alimentos contaminados (saneamento e higiene precários).
Prevenção: vacina.
Geralmente causa infecção leve, com recuperação espontânea.
Hepatite B
Transmissão: relações sexuais sem proteção ou contato com sangue contaminado (seringas, instrumentos não esterilizados).
Prevenção: vacina e uso de preservativos.
Pode evoluir para doença crônica com risco de cirrose ou câncer hepático.
Hepatite C
Transmissão: contato com sangue contaminado (transfusões, compartilhamento de objetos perfurocortantes).
Prevenção: não há vacina.
Possui tratamento eficaz com altos índices de cura. É a principal causa de transplante de fígado no Brasil.
Para mais informações sobre locais de testagem e vacinação, acesse o site oficial da Prefeitura da Serra.
Foto: Edson Reis/PMS