O setor de saúde no Espírito Santo fechou o ano de 2024 com um saldo positivo de 4.431 novos empregos formais, marcando um crescimento de 8% em relação ao ano anterior. Esse aumento é resultado da diferença entre admissões e demissões durante o período, o que gerou 1.884 vagas a mais em comparação com 2023. Com isso, o Estado acumula agora 59.686 postos de trabalho no setor de saúde.
Os dados, analisados pela coordenadora de pesquisa do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio, revelam que o mês de dezembro, embora tenha apresentado uma leve queda no saldo de empregos com a perda de 40 postos em relação a novembro, ainda reflete um cenário de estabilidade no setor. Essa redução é explicada pela sazonalidade econômica, que tradicionalmente afeta o mercado de trabalho no final do ano devido ao término de contratos temporários.
Os municípios de Serra, Vila Velha, Guarapari, Cariacica e Colatina foram os destaques em termos de criação de vagas no setor de saúde em dezembro. Serra liderou com a geração de 79 novos postos de trabalho, seguida por Vila Velha (42), Guarapari (29), Cariacica (21) e Colatina (17).
Embora a desaceleração no final do ano tenha sido registrada, o setor de saúde se manteve relativamente estável, especialmente quando comparado a outros setores de serviços. Em setembro de 2024, o mercado de saúde gerou um expressivo número de 883 novos postos de trabalho, o maior saldo desde janeiro daquele ano. Ana Carolina Júlio, coordenadora de pesquisa do Observatório do Comércio, afirmou que a retração observada em novembro e dezembro pode ser apenas um ajuste natural após o período de forte crescimento.
O estudo também destacou que a maior parte dos novos empregos no setor beneficiou profissionais mais jovens e com menor nível de escolaridade. A faixa etária de 18 a 24 anos teve um aumento de 84 contratações, e pessoas com até 17 anos também registraram um acréscimo de 18 vagas. Por outro lado, os profissionais mais velhos, com 50 anos ou mais, enfrentaram uma redução no número de vagas, com perdas significativas para os grupos de 50 a 64 anos (36 vagas a menos) e 64 anos ou mais (oito postos a menos).
Em relação à remuneração, o levantamento revelou que o salário médio no setor de saúde varia conforme a função desempenhada. Os serviços móveis de urgência e remoção de pacientes apresentaram a maior média salarial, de R$ 4.122,09, refletindo a qualificação exigida e o nível de risco envolvido. Por outro lado, as atividades de atenção ambulatorial, como os serviços de médicos e dentistas, têm a menor remuneração média, de R$ 2.212,81.
Além disso, o estudo apontou que os profissionais com ensino superior têm uma remuneração significativamente mais alta do que aqueles com ensino médio ou fundamental. A média salarial para quem possui ensino superior é de R$ 4.744,89, enquanto para o ensino médio é de R$ 2.678,95, e para o ensino fundamental, a média é de R$ 1.946,04.