Política

Brasil aposta em novos canais de participação social para a COP30

Para o ministro Márcio Macêdo, evento é oportunidade de ouvir aspirações da juventude e reforçar o protagonismo da sociedade civil

O Brasil está se preparando para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, no estado do Pará, em novembro deste ano. O evento, que reunirá líderes mundiais, representantes de diversos setores e a sociedade civil, será uma grande oportunidade para aprofundar as discussões sobre mudanças climáticas, sustentabilidade e o impacto das transformações ambientais globais.

Em entrevista durante o programa “Bom dia, Ministro”, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, destacou que a COP30 não será apenas um espaço de debates entre chefes de Estado, mas também um evento que dará voz à sociedade civil, com especial atenção à participação da juventude. “A COP30 será um processo de muito debate, e o papel do governo é abrir canais para que a sociedade, em especial os jovens, se engajem nesse diálogo sobre um tema que é caro a todos nós: o futuro do planeta e o desenvolvimento sustentável”, afirmou Macêdo.

O ministro ressaltou que, além de discutir temas urgentes como o aquecimento global e os seus impactos no cotidiano das pessoas, a COP30 também se dedica a ouvir as demandas de movimentos sociais e cidadãos, reforçando a tradição do Brasil de valorizar a participação ativa da sociedade. “Queremos que, assim como na Cúpula do G20 realizada no Rio de Janeiro em 2024, mais de 50 mil pessoas se sintam parte deste processo de construção coletiva. A participação social é essencial para que possamos encontrar soluções sustentáveis e viáveis para os desafios impostos pelas mudanças climáticas”, afirmou Macêdo.

Um dos pontos destacados pelo ministro foi a relevância de incluir a juventude nas discussões. “Os jovens são um público que já está profundamente conectado com as questões ambientais. A COP30 é uma oportunidade para que o Brasil se reencontre com sua juventude e escute suas aspirações para o futuro”, afirmou Macêdo. A participação dos jovens será ampliada, com a criação de novos canais de diálogo e engajamento, que permitirão a eles não só fazer parte das discussões, mas também influenciar as decisões tomadas no evento.

O evento ocorrerá na Amazônia, um dos biomas mais impactados pelas mudanças climáticas e que exerce papel crucial na regulação do clima global. A região será um cenário simbólico para as discussões, que envolverão temas como mitigação e adaptação às mudanças climáticas, além de buscar soluções para os impactos ambientais na indústria, comércio e agricultura.

“Será um momento ímpar, onde a sociedade civil terá a oportunidade de contribuir para as discussões sobre como lidar com as mudanças climáticas e suas consequências, sempre com o olhar atento para as soluções viáveis de convivência e adaptação”, afirmou o ministro.

Além dos preparativos para a COP30, o ministro Macêdo também falou sobre iniciativas em andamento no Brasil voltadas à participação social, como o Acordo Rio Doce, que busca recuperar as áreas afetadas pelo desastre ambiental de 2015. “Estamos ouvindo as comunidades e garantindo que elas participem ativamente da definição de projetos para a recuperação da região”, explicou.

Outro projeto destacado foi o ID Jovem, que oferece benefícios como meia entrada em espetáculos culturais e isenção de passagens de ônibus para jovens em todo o país. “Através de um convênio com o Instituto Federal de Goiás, criamos um aplicativo que permite atualizar a base de dados do CadÚnico, ampliando o alcance do ID Jovem para mais de 560 mil jovens. Para 2025 e 2026, nossa meta é alcançar dois milhões de beneficiados”, afirmou o ministro.

Com a aproximação da COP30, o Brasil se posiciona não só como anfitrião do evento, mas também como líder em iniciativas que buscam engajar a sociedade civil nas grandes questões ambientais do século XXI. A valorização da participação social, especialmente da juventude, se destaca como uma das principais bandeiras do governo, que pretende transformar a conferência em um marco de inclusão e diálogo, buscando soluções que envolvam todos os setores da sociedade.

As tratativas para a realização do evento seguem em andamento, com o governo reafirmando seu compromisso de garantir que a COP30 seja um palco de debates significativos e transformadores para o futuro do planeta e das gerações vindouras.

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