O Espírito Santo atingiu um marco impressionante nas exportações de café para a União Europeia, com um crescimento recorde de quase oito vezes no volume exportado. De janeiro a julho de 2024, o estado exportou 2,3 milhões de sacas de café, comparado a 316,6 mil sacas no mesmo período do ano anterior, representando um incremento de 1,98 milhões de sacas. Este aumento significativo abrange café cru em grãos, café solúvel e café torrado/moído.
O café cru em grãos dominou as exportações, com 2,25 milhões de sacas enviadas para a Europa, enquanto o café solúvel totalizou 59,3 mil sacas. Este resultado é o maior volume registrado na série histórica, superando mesmo os totais anuais anteriores. Em termos percentuais, a participação da União Europeia no total de exportações de café do Espírito Santo saltou de 15,6% nos primeiros sete meses de 2023 para 42,7% em 2024.
O impacto financeiro também é notável: o valor das exportações para a União Europeia cresceu quase oito vezes, de US$ 57,9 milhões para US$ 442,7 milhões. Isso representa um aumento de US$ 384,8 milhões em divisas no período, destacando a valorização crescente do café capixaba no mercado europeu.
Enio Bergoli, Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, atribui esse desempenho excepcional à melhoria contínua da qualidade do café capixaba, especialmente o conilon, resultante de investimentos em tecnologias avançadas e capacitação dos produtores. “Além disso, fatores externos, como a quebra de safra no Vietnã e conflitos internacionais que afetaram a logística de outros países produtores, contribuíram para essa expansão. O regulamento europeu de commodities livres de desmatamento também desempenhou um papel importante. Estamos comprometidos com um planejamento sustentável, e nosso programa de cafeicultura é um dos mais robustos do Brasil,” explicou Bergoli.
Entre os países da União Europeia, a Bélgica se destacou como o maior comprador de café capixaba, com um aumento quase nove vezes no volume importado, subindo de 43,9 mil sacas para 805,7 mil sacas. O valor exportado para a Bélgica também aumentou substancialmente, passando de US$ 6,6 milhões para US$ 160,2 milhões.
A Itália também teve um desempenho notável, aumentando suas importações de 52,2 mil sacas para 462,9 mil sacas, com o valor das divisas crescendo de US$ 10,7 milhões para US$ 86,6 milhões. A Alemanha ficou em terceiro lugar, com um aumento das exportações de 49,3 mil sacas para 349,9 mil sacas e o valor das divisas subindo de US$ 9,2 milhões para US$ 65,6 milhões. A Espanha viu suas exportações saltarem de 62,6 mil sacas para 317,9 mil sacas, com um aumento no valor de US$ 9,6 milhões para US$ 56 milhões.
Outros 16 países da União Europeia também compraram café capixaba, contribuindo para que o bloco fosse responsável por 42,7% do volume total exportado pelo Espírito Santo de janeiro a julho de 2024. Em comparação, a participação da União Europeia foi de apenas 15,6% no mesmo período de 2023.
O Espírito Santo exportou cerca de 5,4 milhões de sacas de café para todos os mercados internacionais nos primeiros sete meses de 2024. A participação dos dez principais países da União Europeia nas exportações do estado demonstra o potencial para diversificação e expansão em mercados emergentes dentro do bloco.
Michel Tesch, Subsecretário de Estado de Desenvolvimento Rural, destacou a importância do trabalho profissional em toda a cadeia produtiva do café. “O resultado das exportações reflete o esforço contínuo de produtores, exportadores e a indústria, e o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura está consolidando o Espírito Santo como uma das principais origens de cafés sustentáveis do mundo,” afirmou Tesch.
Danieltom Vandermas, Gerente de Dados e Análises, ressaltou que, além dos grandes compradores como Bélgica, Itália e Alemanha, a expansão para mercados menores, como Polônia e Estônia, oferece oportunidades estratégicas para diversificação e resiliência econômica a longo prazo.
Os dados mais recentes destacam o crescente reconhecimento e demanda pelo café capixaba na Europa, abrindo novas oportunidades para os produtores do Espírito Santo, que devem continuar a investir na qualidade e na promoção do café brasileiro em um mercado competitivo.
Fonte: Dados apurados pela Gerência de Dados e Análises da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, a partir de dados originais do Comexstat/Mdic e Agrostat/Mapa.