Com o céu já clareando, a Unidos da Piedade foi a sexta escola a cruzar a linha amarela do Sambão do Povo, na madrugada de domingo (4). Voltando para dentro de sua própria história, a agremiação mais antiga cantou o enredo “Quilombo Piedade”. Em busca da 15° estrela e do título de campeã do carnaval 2024, a escola dos morros da Piedade, Fonte Grande, Moscoso e Centro de Vitória exaltou seu território, histórias e memórias, identificando ancestralidades e valorizando a representatividade de seu povo e dos seus.
“Quem tem fé a vitória alcança, de corpo e alma sou Quilombo Piedade”, cantava em coro a plateia o refrão do samba enredo. Com 1700 componentes, 21 alas, 3 carros alegóricos, 1 tripé e 1 pede passagem, a agremiação mostrou para o público a resistência das lavadeiras, parteiras e trabalhadores do morro, que deram sentido à história e vida do quilombo.
Logo no abre alas, o verde, vermelho e branco da escola exaltaram a história, beleza e cultura dos seus antepassados. A escola apresentou um conjunto de teatro com dança em homenagem as lavadeiras, profissão das mulheres pioneiras na ocupação do território da Fonte Grande. A escola também trouxe uma ala com nomes e fotos de personagens importantes para a história da agremiação.
A Piedade não perdeu o brilho durante todo o desfile, a escola fez com que todo o Sambão entoasse seu samba-enredo. Unindo a experiência com a força e o talento da juventude do seu território, local de resistência e também de felicidade. A Piedade trouxe em um de seus carros, personagens marcantes na cultura capixaba, como a Zilda, do famoso Bar da Zilda do Centro de Vitória.
Contando sobre o processo de ocupação dos morros, com trabalhadores negros que com suas próprias mãos construíram a cidade de Vitória, até o presente, a escola trouxe as passistas representando os trabalhadores da comunidade. Nas fantasias era possível ver as costureiras, que foram as responsáveis por fazer as fantasias e figurinos da escola.
CRÉDITO: BRUNO LINO
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