Economia

Tecnologias e soluções digitais revolucionam mercado financeiro

O mercado de finanças vem passando por transformações significativas impulsionadas principalmente pelo uso da tecnologia nos últimos anos. Prova disso é a expansão no número de empresas que apresentam soluções para o setor. Para se ter uma ideia, com 1.289 startups financeiras no país, segundo o Fintech Report 2022 do Distrito, o Brasil se destaca nesse cenário representando 9,1% do mercado nacional de startups, com 63% dessas  empresas sendo criadas apenas nos últimos seis anos. A expectativa é que elas sigam em expansão ao longo de 2023.

Esses dados revelam o potencial e a consolidação do ecossistema de soluções financeiras digitais na América Latina. Os dados comprovam. Segundo o relatório The State of Finance App Marketing da Appsflyer 2021, os mercados emergentes dominam os downloads de aplicativos financeiros, com o Brasil em segundo lugar no ranking geral.

A expansão das fintechs, impulsionada pelo uso crescente de aplicativos financeiros e formas de pagamento inovadoras, oferece novas oportunidades para empresas que atuam nesse segmento em constante evolução. É diante dessas transformações, com a inovação e o crescimento do mercado financeiro intrinsecamente ligados à adoção de tecnologias e soluções digitais, que vêm sendo exigido das empresas que estas ofereçam soluções eficientes e seguras para seus clientes.

Com o intuito de trazer insights valiosos sobre as tendências do mercado financeiro para o próximo semestre, reunimos CEOs de diferentes empresas para compartilharem suas perspectivas. Confira suas análises e projeções abaixo:

Marcelo Modesto – CEO e Fundador da Avivatec | LinkedIn

No atual contexto de expansão das fintechs e aumento do uso de aplicativos financeiros, a cibersegurança se torna de extrema importância. Com a crescente digitalização dos serviços financeiros, as empresas devem investir em medidas de proteção e prevenção contra ataques cibernéticos, uma vez que a segurança dos dados dos clientes se torna uma prioridade absoluta.

Além disso, outra tendência para o mercado de fintechs é o avanço do uso de soluções tecnológicas para aceleração digital, incluindo investimentos em software mais modernos, computação de dados e cibersegurança. Essas medidas são essenciais para garantir a confiança no setor financeiro e proteger a integridade das informações dos clientes.

Thales Freitas – CEO da Bitso | LinkedIn


Thales Freitas, CEO da Bitso Brasil, empresa líder da América Latina em serviços financeiros baseados em cripto, aponta caminhos promissores que compreendem o uso de ativos virtuais, como stablecoins, para viabilizar pagamentos internacionais para beneficiar empresas e usuários.

“No Brasil, vejo muitas empresas que descobriram a versatilidade de dolarizar e fazer pagamentos internacionais com stablecoins. Cada país tem suas jurisdições e particularidades, mas o mercado está descobrindo e desenvolvendo cada vez mais soluções que possam atender os diferentes casos em cada um dos países”, diz Thales. Esse tipo de transação traz benefícios tanto para empresas que operam em diferentes países e possuem fluxo de caixa em diferentes moedas, ou então aquelas que recebem de diferentes países e pagam funcionários, fornecedores ou vendedores na América Latina e até mesmo para as empresas que operam na América Latina, mas não possuem uma entidade local. Para as pessoas, sua usabilidade pode ser compreendida para quem procura rendimentos em dólar digital; ou para turistas e estudantes que viajam para outros países e podem economizar mensalmente em stablecoins e se precaver contra a desvalorização do real; além do uso das criptomoedas como meio de pagamento e também em transações cotidianas.

A Bitso oferece uma ampla gama de produtos: desde uma plataforma digital segura e fácil de usar para obter rendimentos, fazer transferências e pagamentos internacionais, assim como converter e armazenar uma variedade de cerca de 50 criptomoedas, até produtos baseados em cripto para clientes institucionais, incluindo investimentos, transações e pagamentos internacionais com criptomoedas; hedge e otimização de fluxo de caixa com stablecoins; e Cripto como Serviço (CaaS).

Patrícia Esteves –  Chief Customer Officer na Zoop | LinkedIn

Patrícia Esteves aponta que o setor de pagamentos digitais está em constante movimento e que o crescimento reflete a busca por oferecer mais opções de pagamento ao consumidor, aumentando a conversão das vendas no e-commerce.

“Hoje, tudo está no celular, tudo está conectado à internet. É natural que os meios de pagamento acompanhem esse movimento para garantir mais facilidade ao consumidor. Afinal, é mais provável que o cliente desista da compra e troque de estabelecimento do que mude a forma de pagamento que o favoreça”, explica a CCO.

A Zoop, uma fintech líder em tecnologia para serviços financeiros embarcados no mercado B2B, que atua em dois segmentos: Payment as a Service (PaaS) e Banking as a Service (BaaS). A Zoop facilita a vida das plataformas de e-commerce e dos aplicativos em geral, oferecendo soluções de pagamento prontas para serem integradas no checkout, numa combinação de tecnologia e conformidade regulatória.

Thiago Oliveira – CEO e fundador da Monest | LinkedIn

Thiago Oliveira, CEO e fundador da Monest –  empresa de recuperação de ativos por meio da cobrança de débitos por uma agente virtual conectada por inteligência artificial – destaca a importância da IA na facilitação e otimização dos processos para garantir a sobrevivência das empresas no setor financeiro. Em um cenário em que os clientes estão cada vez mais conectados e exigentes quanto à rapidez e eficiência, as empresas do ramo precisam se adaptar às demandas do mercado.

“Hoje essa evolução no ramo das finanças está totalmente atrelada a diversas outras: conectividade entre empresas, humanização dos processos e democratização de acesso. Atualmente, tarefas que antes demandariam uma equipe inteira para serem realizadas podem ser executadas de forma eficiente por uma máquina, ou seja, um agente virtual, como é o caso da inteligência artificial (IA). Essa mudança permite obter um desempenho excelente e garantir a satisfação dos clientes.”, explica o CEO.

A agente virtual da Monest, conhecida como MIA, utiliza múltiplos canais para se comunicar com cada devedor da melhor maneira possível. Além disso, a empresa personaliza a comunicação de acordo com o perfil de cada negócio, aumentando assim a probabilidade de um devedor se tornar cliente novamente. Com mais de 16 anos de experiência, a Monest já negociou milhões de reais em dívidas no mercado de recuperação de ativos, demonstrando seu compromisso e expertise na área.

Eduardo Rocha – CEO do Klubi | Linkedin

O Eduardo Rocha, CEO do Klubi, única fintech autorizada pelo BACEN para operar como administradora de consórcios no país, aponta a digitalização do processo de contratação de consórcios como um grande diferencial para atrair mais públicos. Segundo os dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), 44% dos consorciados no Brasil são jovens de 18 a 29 anos. Oferecendo crédito a partir de R$50 mil, o Klubi vem atraindo jovens que querem conquistar o seu carro de forma planejada.

No Klubi, todo o processo acontece pelo aplicativo da fintech e o consorciado tem liberdade para escolher o valor que deseja contratar, a quantidade de parcelas e o valor da mensalidade.  “A nossa proposta engaja esse público por oferecer uma experiência digital e menos burocrática aliada a menor mensalidade do mercado para aquisição de um veículo”, finaliza Rocha.

Richard Zeiger – Sócio da MSW Capital
Richard Zeiger formado em administração pela PUC-Rio e pós-graduado pela Universidade da Califórnia de San Diego, Richard Zeiger é sócio da MSW Capital desde 2009.  Após ingressar na empresa,  na ocasião, uma Consultoria em Fusões e Aquisições e em 2015 conduziu a transformação da empresa em uma Gestora de Venture Capital com a gestão do primeiro fundo Multi-Corporate Venture do Brasil.

A MSW Capital é uma gestora de venture capital especializada em Corporate Venture Capital que investe em startups nos estágios iniciais. É a primeira gestora no Brasil a olhar para grandes empresas como parceiras de negócios e a estruturar e gerir fundos de corporate venture capital multi-corporativos ou proprietários. Dedicada a potencializar a relação entre corporações e startups, baseada em relação de confiança e voltada para gerar valor para ambos. Entre seus principais clientes/investidores estão corporações como: Banco do Brasil, Microsoft, Bayer, Algar, Moura Baterias, Banco BV, Qualcomm, Monsanto, Age-Rio e BB Seguros. E, entre suas principais investidas estão: Olivia, Car10, Carflix, Tbit, Árvore Educação, Taranis e Fabric.

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