O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), realizou, nesta terça-feira (04), no Centro Universitário Faesa, em Vitória, o Workshop Ater Digital. A oficina técnica é uma das fases previstas para a implantação dos novos modelos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) incorporando as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) e Internet – Ater Digital.
A criação da Ater Digital no Estado tem como objetivo ampliar a oferta de serviços públicos com modernidade e eficiência, incorporando as ferramentas digitais de informação e comunicação como forma de facilitar o acesso de produtores rurais ao que há de mais moderno no conhecimento técnico-científico.
A iniciativa do Governo do Estado foi formalizada em abril deste ano, quando foi instituído um grupo de trabalho voltado para a discussão, revisão e proposição dos modelos. O workshop realizado nesta terça-feira (04) é uma das etapas necessárias para a construção da Ater Digital.
Na abertura do workshop, o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destacou que, considerando a necessidade de celeridade do acesso ao conhecimento tecnológico relativo à atividade rural/agrícola, é de extrema importância a ampliação da oferta de serviços públicos com modernidade, eficiência e sustentabilidade.
“O Espírito Santo é um gigante na produção agrícola, e por isso é importante ter ferramentas mais contemporâneas para ofertar produtos ao mercado, que é cada vez mais exigente. Para isso, é necessário criar mecanismos de disponibilização de conhecimento utilizando todas as ferramentas disponíveis. Vamos dar um salto e ter uma mudança de paradigmas na assistência técnica, acelerando esse processo com modernidade e eficiência, aumentando a abrangência do serviço público para a atividade agrícola”, afirmou Enio Bergoli.
O diretor-presidente do Incaper, Franco Fiorot, destacou dois elementos, que segundo ele, são fundamentais para o fortalecimento da Ater Digital. “A primeira delas é que não podemos abrir mão do potencial que os meios digitais nos proporcionam para potencializar os nossos resultados, tanto na agricultura quanto em outras esferas. Em segundo lugar, é compreender o grupo de trabalho da Ater Digital, formado por profissionais qualificados, vai contribuir para melhorar os resultados no campo para o nosso público final, que são os agricultores familiares”, frizou.
O presidente do Crea-ES, José Luiz da Silva, lembrou que atualmente os agricultores são assistidos por metodologias modernas e conhecimentos avançados em relação às tecnologias. “Temos a satisfação de participar de um evento como este promover uma Ater Digital. Hoje já temos novas ferramentas, como instrumentos rápidos e de fácil acesso aos pequenos, médios e grandes produtores rurais. O CREA, sendo uma autarquia federal com a missão de motivar tecnologias modernas e ao mesmo tempo, colaboradora do crescimento sustentável de nossos municípios e do Estado do Espírito Santo, sempre será um motivador de iniciativas como essa”, reforçou.
O workshop contou com a participação de representantes do setor agrícola e tecnológico do Espírito Santo, além dos profissionais envolvidos na construção da Ater Digital no Estado. A primeira palestra foi ministrada pelo professor da Universidade São Paulo (USP) e especialista em desenvolvimento de metodologias para Assistência Técnica e Extensão Rural nos ambientes digitais de interação, Luiz Fernando Zuin.
Entre os pontos abordados, Zuin destacou que a comunicação digital deve alcançar a ATER devido a vários fatores positivos, entre eles, a diminuição dos custos dos serviços; o aumento da abrangência dos serviços; resultados mais rápidos; a contribuição com a biossegurança no campo, além de ter um potencial elevado para um ambiente de educação continuada em rede para jovens e adultos.
“Todos nós, incluindo agricultores, técnicos, professores, não somos mais detentores de todas as informações porque essas passam por nossas mãos de maneira veloz. Se formos citar um exemplo, na prática, hoje em dia um celular pode entregar mais informações do que vários professores juntos. Portanto, para o campo, o conhecimento deve ser sistematizado, de forma que a ATER cumpra o seu papel de colaboradora e orientadora para construirmos juntos esses conhecimentos”, destacou Luiz Fernando Zuin.
Os Grupos de Trabalho, formados por agricultores, extensionistas e pesquisadores, debateram as vantagens, as dificuldades e as metodologias para transferir tecnologia via Ater Digital, oferecer e receber o serviço.
Assistência Técnica e Extensão Rural
As atividades de Assistência Técnica e Extensão Rural têm grande importância social, econômica e ambiental para o desenvolvimento rural do Espírito Santo. Com isso, o Governo do Estado trabalha constantemente para aprimorar as políticas públicas desenvolvidas para os setores da agricultura, pecuária, abastecimento, aquicultura e pesca.
A conectividade no meio rural ainda é um desafio, embora muitos produtores já façam uso da tecnologia e de redes sociais como fonte de informações. O objetivo da Ater Digital é dar um salto de qualidade no modelo de comunicação com o público rural, integrando as ferramentas digitais como forma de colocar o Estado como uma das referências de modernização dos meios e métodos de fazer extensão no País.
Grupos de Trabalho
O Grupo de Trabalho que está estruturando a Ater Digital foi dividido em quatro fases, com a finalidade de incorporar o que já está consolidado e abrir espaço para novas proposições.
São elas: 1º – o mapeamento de experiências e trabalhos em desenvolvimento na área de Ater Digital no Brasil e a identificação de referências no tema; 2º – a elaboração de diretrizes, orientações e propostas para o desenvolvimento da Ater Digital no Estado do Espírito Santo; 3º – a realização de um workshop para construção do modelo de Ater Digital; e 4º – a apresentação de relatório com a consolidação do modelo proposto para o Espírito Santo.