Geral

Invisíveis e rotuladas

Especialistas apontam soluções para alcançar igualdade de gênero na mídia.

Ao mesmo tempo em que conquistam cada vez mais espaço na sociedade, comandando empresas privadas, governos de países, parlamentos e organizações civis, as mulheres ainda não conseguiram ocupar o lugar que merecem na mídia, além de sofrerem com representação estereotipada e de serem mais atacadas do que os homens nas redes sociais.

Esta é a conclusão de um levantamento global sobre representação de gênero na mídia, consolidando pesquisas e opiniões de especialistas de seis países e publicado no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.

67 anos para mulheres alcançarem igualdade na mídia

Em discurso para marcar o Dia Internacional da Mulher este ano, o Secretário-Geral da ONU, Antônio Guterres, disse que a sociedade precisa de 300 anos para alcançar a igualdade de gênero.

Na mídia, o tempo é menor – mas ainda assim, longo. A 6ª edição do Global Media Monitoring Project, lançada em 2021, estimou em 67 anos o tempo que falta para a  representação de gênero na mídia ser equilibrada.

Um estudo da consultoria de comunicação LLYC divulgado no início de março, denominado Mulheres Sem Nome,  mostrou que foram publicados no ano passado 2,5 vezes mais notícias sobre homens do que sobre mulheres na imprensa de 12 países analisados, incluindo o Brasil.

Os pesquisadores examinaram mais de 14 milhões de notícias com menção explícita de gênero no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Estados Unidos, México, Panamá, Peru, Portugal e República Dominicana.

A representação estereotipada também ficou evidenciada. A forma como mulheres se vestem foi abordada em uma a cada 25 notícias em que são protagonistas, 20% a mais do que quando o protagonista da reportagem é um homem.

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